
Meu avô tocava violão.
Quando me lembro dele
a memória já vem
com trilha sonora.
Quando não era ele quem
o tocava,
era meu pai, minha tia,
depois minha prima e meu primo.
O violão era um ser vivo,
em minha mente,
conversava conosco através das notas,
o violão era um primo, uma tia, meu velho
o instrumento era eu em minha infância,
adolescência e juventude.
A noite ficava mágica quando havia
o som do dedilhado,
Samba-canção, bossa nova, guarânias.
tudo é saudade agora
as notas do violão,
como as palavras de minha caneta
ficarão na lembrança
na vida
marcarão a ausência,
soará como saudade.
Será o registro de vidas
que já findaram,
como uma antiga canção
que embolava o sonho
as noites, a vida.
